Por falta de público, museu dos Beatles em Hamburgo fecha neste sábado
"Ajude-me, se você puder, estou me sentindo para baixo". Os versos de "Help!", lançada em 1965 pelos Beatles, hoje ecoam pelos cinco andares do museu Beatlemania, na cidade alemã de Hamburgo, onde a banda começou a fazer história. Desde o início de junho, os 25 funcionários do prédio tentam uma revolução no currículo da casa: evitar que as portas se fechem. O desfecho de um dos mais interessantes museus sobre o Fab Four, porém, já tem data e encerrará suas atividades neste próximo sábado (30) por falta de interesse do público e de apoio.
Aberto em 29 de maio de 2009, o museu sob gestão privada traça a história dos Beatles desde sua primeira aparição em 1960 no clube Indra, em Hamburgo, até sua dissolução dez anos depois. São mais de mil itens de memorabilia espalhados por 1.300 metros quadrados. "Apesar do retorno positivo dos nossos visitantes, temos de reconhecer que o interesse nos Beatles em Hamburgo não é tão grande quanto esperávamos", lamentou o gerente do museu, Folkert Koopmans, ao jornal local "Hamburger Abendblatt".
Em três anos de existência, o Beatlemania atraiu apenas 150 mil visitantes, com ingressos a 12 euros. Por outro lado, em Liverpool, cidade natal da banda, o museu Beatles Story recebe cerca de 300 mil pessoas anualmente, segundo dados da casa. "Hamburgo não fez dos Beatles um assunto seu e não nos apoiou", criticou Koopmans ao mesmo jornal, revelando que o prejuízo anual chega a 500 mil euros, de um investimento inicial de 2,5 milhões de euros.
"A Hard Day's Night"
VOCÊ SABIA?
"Quando os Beatles chegaram a Hamburgo, a Segunda Guerra Mundial havia terminado a menos de 15 anos. Os jovens ingleses e alemães não se encontravam sem que tivessem ressentimentos. A adoração compartilhada pela música chamada Beat, no entanto, foi um grande efeito reconciliatório"
Fonte: Museu Beatlemania
Fonte: Museu Beatlemania
Em pouco menos de um mês desde o anúncio do fechamento, o Beatlemania já começou a perder suas características. O gigante submarino amarelo inflável, que enfeitava a famosa portaria do local, naufragou. Na lojinha de souvenirs quase não há itens à venda. E o pouco que resta, entre camisetas, canecas e posteres, continua com preços oficiais. "Não precisamos fazer promoção desses itens porque as pessoas ainda vêm para comprar coisas aqui. Isso conseguimos manter", disse o único balconista do local.
O museu fica no bairro de St. Pauli, na rua Reeperbahn, um dos distritos de lazer mais famosos de Hamburgo e onde os Beatles afiaram suas performances em 270 apresentações entre 1960 e 1962, até deslanchar para a fama um ano depois. A temporada em Hamburgo, onde eles então adolescentes chegavam a tocar de seis a oito horas por noite, foi essencial para a definição sonora e visual da banda. John Lennon costumava dizer que nasceu em Liverpool, mas que foi em Hamburgo, a cerca de 290 km de Berlim, que ele cresceu.




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